<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6049491589709465472\x26blogName\x3dCaminha+Geral\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://bprmadeira5.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://bprmadeira5.blogspot.com/\x26vt\x3d8504931428507830715', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

 Caminha Geral

 

 
 

ë Livro da Semana: Hotel Paraíso

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Sinopse

Através da composição de vários painéis aparentemente descontínuos, que encontram o seu elo de ligação na figura do detective Benedito, a autora reconstitui, numa dimensão alegórica e existencial, a experiência da infância e do crescimento numa ilha, no final dos anos 90 do século XX, servindo-se para tal de dispositivos e estratégias narrativas próprias do romance policial.

O romance, cuja acção se desenvolve entre o Funchal e o Santo da Serra, pode ser considerada a primeira representação literária do Funchal no século XXI. Candidato ao Prémio Público/Eixo Atlântico de 2002, foi seleccionado entre mais de 200 textos inéditos, como uma das 12 obras finalistas, acabando por perder apenas para a obra vencedora.

«Desceu o caminho estreito que levava à velha casa. As abelhas vibravam nessa tarde de sol e agora só pensava em dormir. Estacionou o carocha. Retirou o saco da farmácia com os medicamentos. Entrou no hotel, não viu ninguém na recepção. Atrás do balcão apanhou a chave e uma carta deixada na caixa de correio.

Havia um eco no ar. Um canto de búzio na serra. Um eco que hoje em dia já quase não se sente. Risos de crianças, ao longe. Caterpillars que escavavam a terra, pausadamente. Uma serra que trucidava uma árvore. Um machado que talhava lenha. Uma enxada que sulcava a terra. Cheiro de terra húmida, apesar do sol, a desfazer-se. Água de riacho a correr na sombra. Água de ribeiro a deixar o planalto. Gemidos de flores a romperem da erva. Rãs a coaxarem. Passos borrachosos a serem sugados pelo terreno pantanoso. Chocalhos de cabras nómadas. Balidos ternurentos. Ervas a secar sob o sol. Mais de vinte espécies de vegetação em poucos metros quadrados. Mais de dez espécies de insectos escondidos. E quem se deitasse sobre a relva ouvi-los-ia a retalharem, com boquinhas mínimas, folhas e restos de comida. Um galo que cantava na capoeira. Um eco de galo a anunciar a tarde. E às vezes o voo de uma andorinha perdida no tempo, perdida de alegria. Louca por estar viva. Outro canto de búzio a atravessar o mar abobadado, azul safira, do céu, para responder[...]".

MONIZ, Laura, 1967-
Hotel Paraíso / Laura Moniz ; coord. Francisco Faria Paulino. - Funchal
: Funchal 500 Anos, D.L. 2008. - 127 p. : il. ; 24 cm. - (Funchal 500 anos ; 19). - [SLG]
ISBN 978-989-8182-05-0